O que o caso do TRT-MG ensina sobre vínculos empregatícios e riscos trabalhistas
- Gennifher Pistillo
- 6 de abr.
- 2 min de leitura
Imagine você, dono de restaurante, administrando equipe, compras, estoque, fornecedores... e no meio disso tudo, um processo trabalhista inesperado.

Parece distante?
Pois foi exatamente isso que aconteceu com um restaurante de Juiz de Fora/MG, após a Justiça do Trabalho reconhecer vínculo empregatício com uma funcionária que, inclusive, recebia Bolsa Família.
Esse caso não é exceção. Ele é um alerta importante para empresários do setor de alimentação sobre como decisões simples do dia a dia — como não registrar um funcionário — podem gerar passivos ocultos e comprometer a saúde financeira do negócio.
O que aconteceu?
A trabalhadora alegou que prestava serviços regulares para o restaurante, mas que nunca teve o contrato registrado em carteira e, ao ser dispensada, não recebeu nenhum acerto rescisório.
Mesmo recebendo Bolsa Família, o juiz do caso reconheceu o vínculo empregatício com base nos requisitos previstos pela CLT: pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e subordinação. Ou seja, ela era, sim, empregada — e o restaurante foi condenado a arcar com os custos dessa omissão.
O que isso significa, na prática?
Significa que o simples fato de um colaborador estar inserido em programas sociais não isenta a empresa de suas obrigações trabalhistas. E mais: usar esse argumento para negar o vínculo pode, inclusive, agravar a situação judicial da empresa.
Além disso, o restaurante foi condenado a pagar:
Saldo de salário
Férias + 1/3
13º salário
FGTS
Anotação retroativa na CTPS
Tudo isso poderia ter sido evitado com uma gestão preventiva.
Riscos ocultos que sua empresa pode estar correndo agora
Se você:
Contrata sem registro "por enquanto"
Aceita justificativas como "ele não quer carteira assinada porque recebe benefício"
Não faz acertos rescisórios formais
Não treina seu RH para lidar com normas trabalhistas...
... então é bem provável que você esteja criando um passivo trabalhista silencioso que pode explodir a qualquer momento.
5 Ações Preventivas para blindar sua empresa
Aqui vão algumas orientações que aplico na consultoria com meus clientes:
Registre todos os contratos em carteira. Não existe “freela fixo” na CLT. Se a pessoa tem rotina, subordinação e recebe salário, é empregado.
Documente tudo. Faltas, advertências, jornada, férias. O que não está no papel, não existe no processo.
Audite seus contratos com frequência. Principalmente se sua operação é dinâmica, com alta rotatividade.
Treine seu RH. Muitos erros vêm da ponta: uma contratação mal feita ou uma rescisão informal viram processos caros.
Entenda como benefícios sociais impactam na relação de emprego. O Bolsa Família, por exemplo, não impede vínculo empregatício — e usar isso como desculpa pode sair caro.
Gestão de pessoas inteligente é gestão com base jurídica
Esse caso do TRT-MG escancara uma verdade que muitos empresários só percebem quando já estão no meio do problema: o que parece uma economia no curto prazo pode ser um prejuízo enorme lá na frente.
A boa notícia? Com pequenas mudanças e orientação estratégica, é possível ter uma gestão de pessoas segura, legal e lucrativa.
Se você é empresário e quer transformar sua operação numa máquina enxuta e juridicamente blindada, eu posso te ajudar.
📌 Quer saber se seu negócio tem risco trabalhista oculto?
Entre em contato para uma análise preventiva personalizada.



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